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Prevenção Combinada

O que define se um método de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis vai ser bom ou não? 
Talvez devêssemos considerar que os melhores métodos são aqueles que melhor satisfazem as necessidades de saúde das pessoas, pensando numa compreensão expandida, que inclua inclusive seus afetos, sua sexualidade, suas possibilidades de acesso etc.

Como pensar o que define a vulnerabilidade de cada pessoa? 
Sugerimos considerar as três dimensões trabalhadas por Ayres et al (2006):
Vulnerabilidade individual: são as questões biológicas, a questões afetivas, a história de cada pessoa, a forma com que ela lida com as informações e como ela relaciona as informações que recebe com o cuidado de si. 
Vulnerabilidade Social: são as relações de vulnerabilização instituídas pela sociedade, como o racismo, o machismo, a LGBTQIAP+fobia e outras formas de discriminação.
Vulnerabilidade institucional: é a forma que as próprias instituições são fatores de vulnerabilização das pessoas, comunidades e sociedades. É a violência institucional, é a discriminação nos serviços de saúde e assistência social etc, é a falta de recursos para as instituições, é a falta de capacitação para profissionais etc.
Assim, de que adianta a pessoa receber a informação de que preservativo é essencial ao uso, se ela é alérgica ao látex (dimensão individual). O que adianta uma mulher querer usar preservativos, se ela sob uma relação machista em que o marido não quer usar porque acha que isso é indicativo de promiscuidade (dimensão social). O que adianta uma pessoa trans saber que tem acesso à PEP ou PrEP, se ao chegar nos serviços do SUS os profissionais não conhecem essa tecnologia, não possuem esse recurso disponível ou até agem com discriminação (dimensão institucional).

Esses são exemplos possíveis pra entender tantas dimensões que influenciam o cuidado em saúde e a prevenção de ISTs. Ninguém é culpado por não conseguir se prevenir, mas a mudança e o enfrentamento deve ser em todas essas dimensões que vulnerabilizam as pessoas.

SAIBA ONDE VOCÊ PODE TER ACESSO À PEP E À PrEP EM SEU ESTADO (LEIA AS IMAGENS):
-Onde encontrar a PEP
-Onde encontrar a PrEP

 

Referências:
AYRES, José Ricardo et al. O RISCO, VULNERABILIDADE E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE. In.: Tratado de Saúde Coletiva, 2006. p. 375-417
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de Risco à Infecção pelo HIV – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais – Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Prevenção Combinada do HIV – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

 

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